segunda-feira, 8 de junho de 2009

Esmagadoramente o maior partido desta nação

Com as eleições para o parlamento europeu já realizadas os habitantes deste país andam bem mais calmos e com o índice de depressões/dia bem menor. Isto porque acabou o espaço “direito de antena”. E que maravilha para lares e lares por esse Portugal fora.
Para os que pensam que vou falar deste ou daquele partido, ou do melhor ou pior candidato, desde já vos retiro essa ideia.
Vou sim falar desse grande partido que se vem formando desde que ironicamente somos um país livre, a A.B.S.T.E.N.Ç.Ã.O. . Escusam de deixar comentários a perguntar o que a sigla quer dizer porque, até para o que quer dizer MMS me vi tramado, mas não deixa de ser bonito: Movimento Mérito e Sociedade. Quando eu for mais crescido e tiver amigos que já tenham uma barriga que nem conseguem jogar damas, e que não tenham jeito para o dominó, formarei um partido, chamar-se-á Aglomerado Civil Levado da Breca. Soa melhor que MMS. Os tipos que o formaram esqueceram-se que os putos que mandam 100 MMS por dia ainda não votam, só têm 14 anos.
Num país onde tantos lutaram e se debateram pela conquista de direitos e deveres que caracterizam todo o cidadão livre, que hoje exista esse tal partido com percentagens acima dos 60%. É bonito sim senhor! Isto de o meu avô andar a levar uns apertos da PIDE/DGS e, volta não volta o vizinho dele ser preso por reclamar de estar a chover é muito bonito, mas a mãe dele sempre disse: “Oh filho! Isso de andar aí a lutar pelos direitos das pessoas ainda vai acabar mal. Um dia destes o pessoal começa a ir de férias para o Algarve e ninguém tem tempo para essas coisas de votar. Ou então pensam que os números no cartão de eleitor são o pin do telemóvel para quando ele surgir”.
Sarcasticamente nos nossos dias ninguém tem interesse, nem tão pouco mostra gratidão para com os que lhe permitem hoje escolher entre a esquerda e a direita. A maioria diz: “Votar para quê? São todos iguais.” Esquecem-se que estão a deixar a sua opinião nas mãos daqueles que exercem este dever, permitindo-lhes que escolham o que fazer na sua vez. Eu não preciso de saber que as pessoas votam no X ou no Y, bastar-me-ia saber que pelo menos chegariam ao biombo e dobrariam o papel em quatro partes, mesmo sem fazer qualquer cruz. O voto em branco é uma opção, se bem que preferia que fosse o voto turquesa, ou o voto amarelo camel, ou ainda o voto violeta.
Passados alguns meses da eleição e após uma ou mais medidas que desagradam vêm para as ruas de bandeiras em punho gritar: “A luta continua o ministro para a rua”. Sugiro aos senhores representantes eleitos que na altura em que estes o fizerem, na mesma moeda, e com bandeirinhas na mão respondam com um slogan a relembra-los que no dia das eleições foram para a Costa da Caparica apanhar sol.
Poderia aqui falar da ignorância crónica deste povo em relação à política, porque acredito que nem os nomes dos candidatos, ou o que é o parlamento europeu a populaça sabia. Aqui para nós, alguém reparou na número três do B.E.? Assim é possível despertar algum interesse na população masculina entre os 7 e os 85 anos para estas coisas do parlamento europeu ou lá o que é. Política saudável e em forma, adjectivaria eu. Estive mesmo quase, para ir ontem para junto dos bloquistas para com eles festejar a sua vitória e na volta levava um cartaz em que lhe pedia a camisola, mas o Miguel Portas ainda poderia reparar e eu a dele não queria porque já ouvi comentar que tem um cheiro intenso a suor e não gosto de roupa cor-de-rosa.
Despeço-me (deste tema) pelo menos até às legislativas/locais, pelo menos assim espero. Senão o número de leitores vai descer drasticamente uns 50% ou mais. A minha mãe disse-me que se eu continuo a escrever sobre política deixaria de cá vir, e depois só restaria eu para ler isto.
Um cumprimento cheio de pujança, O Supertramp da Aldeia

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