segunda-feira, 17 de agosto de 2009
As escolhas de uma vida
Durante os próximos minutos vou escrever sobre mais um tema que a Maia me recomendou. E sim é a Maia que estão a pensar, aquela que não é abelha, mas sim taróloga, comentadora da vida alheia, e agora até capa de revistas masculinas, o que cá entre nós é bem revelador de como se passeia a Crise por este belo país à beira mar plantado.
Ok, ok! Prometo não escrever mais disparates destes neste post. Desculpem-me, mas às vezes é bem mais forte e patético do que eu, e aí nem consigo resistir.
As coisas que durante a nossa vida, em detrimento de outras, vamos escolhendo têm um peso gigante na nossa vida. Pelo menos esta foi a conclusão a que cheguei um destes dias enquanto pensava cá para com os meus botões. Este processo de escolhas começa quando ainda somos muito novos. Uma dessas primeiras escolhas acontece quando os nossos pais no levam às compras para adquirir o nosso precioso primeiro material escolar. A diferença entre escolher um estojo do ActionMan ou do SpiderMan pode fazer toda a diferença para conquistar o nosso primeiro amigo na escola. Depois com a semanada vêm as cada vez mais duras escolhas, compro um saco de berlindes para começar a minha saga vencedora e me afirmar neste magnifico jogo perante toda a turma, ou compro aquele chocolate com um leão desenhado e sacio a minha enorme gula?! No intervalo, prontos a formar as equipas que disputaram o mais afamado de todos os jogos de escola, escolho para a minha equipa o melhor jogador para assim poder fazer parte da equipa vencedora, ou abro mão disso e escolho o meu amigo?! Chegado a casa na plenitude dos 6 anos com mais um dente prestes a cair as opções são: ou prendo um cordel do dente à porta e a fecho e amanhã terei uma história de coragem para contar aos meus amigos, ou deixo que ele caia por ele próprio e evito a tortura psicológica que são aqueles segundos antes de empurrar a porta?!
Alguns anos passados e as escolhas mantêm-se, mas desta vez parecem as piores do mundo. Em pleno 8º ano e eis as hipóteses: fazer todos os trabalhos em atraso para a escola, evitando assim uns ralhetes de pais e professores, ou por outro lado desfrutar de umas boas horas em cima da minha bicicleta, arriscando aqueles truques que eu tanto queria saber?!
Cada pormenor, cada gesto, cada piscar de olhos, cada segundo altera definitivamente ou quase a nossa vida para sempre, digo-o não por ser mau, mas por ser uma condição incrível que por vezes nem reparo. Vou dar alguns exemplos disto, para puderem ver as coisas como eu e assim terem razão para me chamar chanfrado. Os 10 segundo que demorei a mais naquele dia a lavar os dentes fizeram que perdesse o autocarro, e assim não pude chegar a tempo à escola e perdi a aula onde o professor ensinava o Teorema de Pitágoras, o que, anos mais tarde, irá tirar-me uma décima no exame de matemática o que me fará chumbar e ficar com aquela disciplina por fazer. Serei obrigado a repetir o exame no ano seguinte e para isso assistir às aulas, aulas com pessoas que passarei a conhecer, no meio dessas pessoas existe uma que toca violino, e que convencerá a aprender a tocar, vou aprender a tocar violino. Já na faculdade entro numa tuna, que não entraria se não soubesse tocar violino, nessa tuna irei actuar a um sitio que provavelmente não conheceria se não fosse assim, nessa terra existe um museu que visitarei, nesse museu existe um guia com o qual manterei contacto por muito tempo, e certo dia conhecerei a sua filha por quem me virei a apaixonar e com a qual irei casar. Ainda se lembram que esta história começou com 10 segundo de atraso ao lavar os dentes, certo?!
Aquelas aulas a que não fomos porque queríamos estar com a namorada, aquele jantar de família que trocamos por uma ida ao cinema, aquele jogo de futebol que não vimos porque estávamos de castigo, o dia que não fomos à piscina porque fomos à aula de condução, o amigo que não conhecemos porque naquela noite porque estava a chover tanto lá fora, as férias que perdemos com os amigos por estarmos a trabalhar.
Enfim as opções são tantas, as escolhas tão difíceis, e nunca nunca, por um único dia que seja nos dão tréguas, e por mais opções que façamos, por mais escolhas que tomemos, jamais nos iremos habituar a esta nossa condição de escolha permanente.
Julgo que o mais importante é termos sempre a convicção de que no momento em que fazemos as nossas escolhas, essas eram pois para nós a melhor opção, o melhor caminho, a melhor saída, e que o fizemos foi acreditando nisso.
Posso dizer-me convicto das minhas escolhas, sei que nem sempre fiz as melhores, e sei que ainda irei falhar numa ou outra por pequenas que possam ser. No entanto não pudemos esquecer o caminho que fizemos para estarmos onde estamos, e se aqui chegamos foi porque ganhamos mais vezes do que as que erramos.
Acreditar naquilo que nos move é fundamental, e nunca, nunca tenham medo de arriscar, especialmente quando o que buscam se chama Felicidade.
Um forte abraço para todos, especialmente para quem arrisca ser Feliz!
O Supertramp da Aldeia.
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A verdade e que a cada palavra que ia lendo, iam surgindo imagens de momentos da minha vida que ilustravam na perfeição o que dizias!
ResponderEliminarEscolhas, escolhas, escolhas e mais escolhas, coisa que tanto odeio! Porque como tu dizes, em cada um dos caminhos que não percorremos porque escolhemos um outro, iríamos encontrar uma infinidade de coisas que nos iriam, de certeza, trazer a FELICIDADE:D
Claro que as escolhas se tornam mais faceis quando temos AMIGOS que nos ajudam nessas decisões:)
OBRIGADO pelas escolhas que me ajudaste a fazer, e olha que algumas delas levaram CAMINHOS que estavam a abarrotar de FELICIDADE :)
Abracinho :D
... A ti, Supertramp da aldeia, apenas me apraz dizer: as nossas escolhas, as nossas duvídas, as nossa incertezas, até podem não levar ao caminho mais perfeito, mas faz com que as mãos se cruzem e uma força mais forte se levante, como a amizade!
ResponderEliminarCom carinho*
Uii..
ResponderEliminarUm post fantástico!
Bem o que te tenho a dizer é:
- Para seres um homem de verdade só te falta plantar uma árvore e ter um filho, porque o livro estas a construir aos poucos e poucos...)
A felicidade é o equilíbrio prefeito do homem...
trincas